Engraçado, não foi através da escola
que me apaixonei pela leitura. Não gostava de ler, pois tinha um problema de
trocas de fonemas, então ler para mim era penoso; também não gostava dos livros
que eles nos pediam para ler, era uma coisa imposta e eu nunca gostei muito de
coisas impostas.
Foi através de uma amiga que comecei a
gostar de ler, ela lia fotonovelas, e me
apresentou uma revista quinzenal (se não me engano) chamada Jacques Douglas, eu
adorava o galã da história, além de ser lindo, tinha um senso de humor
incrível. Comecei a devorar essas revistas, lia e relia várias vezes.
A parir daí comecei a ler gibis,
revistas, livros, poesias. Lia no banheiro, durante o almoço, em ônibus, em
casa, e foi através da leitura que percebi que podia viajar para vários
lugares, conhecer novas culturas, comecei a me questionar o que eu queria ser,
o meu lugar no mundo, etc.
Escrever também foi uma experiência
dolorosa, mas quando comecei a ler tudo que me caia nas mãos, percebi que
escrever era apenas uma consequência, naquela época ainda existiam “cartas”,
como viajava muito, fazia muitos amigos, então mandava cartas para todo mundo, como
era gostoso aguardar o carteiro, era um prazer!!!! Meu irmão mais velho foi
primordial nesta etapa da minha vida, eu mandava as cartas para ele e ele as
mandava de volta com as correções, principalmente me alertando sobre o problema
da troca de sílabas/fonemas.
“A leitura torna o homem completo; a
conversação torna-o ágil e o escrever dá-lhe precisão”, essa frase de Francis
Bacon traduz exatamente o que penso
sobre as possibilidades que o homem tem
se comunicar, seja através da leitura, da escrita, da fala...
Telma Aparecida Moraes
Muito interessante seu depoimento, quem bom que há diversos caminhos para encontrarmos como leitores. Às vezes, uma pequena dificuldade é desmotivadora, mas vejo que em seu caso a insistência e outros meios levaram-na ao prazer de ler. Parabéns!
ResponderExcluirAngélica M. F. Aguiar, professora ensino fudamental